O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou nesta sexta-feira (26) que parte dos valores desviados no esquema investigado na 41ª fase da Operação Lava Jato abasteceram contas do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) e de sua mulher, Cláudia Cruz. Segundo o procurador, Cláudia tinha como saber a origem dos recursos.
A mulher de Cunha foi inocentada pelo juiz Sérgio Moro na quinta-feira (25), mas o MPF (Ministério Público Federal) pretende recorrer da decisão. Para Santos Lima, a absolvição de Cláudia se deve ao "coração generoso" de Moro.
Os valores depositados para Cunha foram para contas no exterior que já eram conhecidas, afirmou o procurador, ao detalhar a 41ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta sexta. Esta etapa da operação apura desvios em operações da Petrobras em Benin, na África. Ao todo, sete pessoas teriam recebido propina do esquema.
Santos Lima afirmou que parte dos valores eram para o operador João Henriques e parte para Cunha. De acordo com ele, a investigação ainda precisa ser aprofundada. Ele reafirmou que um dos pontos fortes da Lava Jato é a cooperação internacional e que o MPF trabalha para recuperar o produto de roubo.